A silagem tem se tornado uma das principais estratégias para produtores rurais do Agreste pernambucano enfrentarem os longos períodos de estiagem. O processo, que consiste em armazenar o pasto triturado e fermentado para uso como ração animal, garante alimentação de qualidade aos rebanhos mesmo quando a chuva falta.

Na Fazenda Coqueiral, no município de Sairé, a técnica é rotina. Com mais de 600 bovinos da raça Nelore, a propriedade tem na nutrição o foco do manejo. “Tem ano que o inverno é bom e não há preocupação, mas sabemos que os períodos secos chegam. A silagem é o que mantém o gado bem alimentado”, explica o proprietário.

O método é simples, mas requer técnica. O capim e o milho são colhidos com o auxílio de tratores e máquinas forrageiras, triturados e armazenados em grandes bolsas de 60 metros chamadas silos. Antes de serem compactadas, as plantas recebem inoculantes que favorecem a fermentação e eliminam o oxigênio, condição essencial para conservar o alimento por até dois anos.

Na Coqueiral, são cerca de 20 hectares dedicados ao cultivo de capim, milho e sorgo voltados à silagem. A fazenda também investe na produção de feno, por meio da fenação — técnica que desidrata o capim para estocagem. Essas estratégias garantem que os animais mantenham peso e produtividade mesmo nas épocas mais críticas.

Segundo técnicos do Sebrae, a prática é uma das mais eficientes para aumentar o rendimento das propriedades rurais. “O projeto atua em três etapas: plantio de palma forrageira, manejo e inseminação artificial em tempo fixo. A combinação melhora a genética do rebanho e a produção de carne e leite”, explica um dos consultores do programa de assistência técnica.